Nascido em Salvador, Azevêdo chegou a
Brasília aos 14 anos. Formou-se em engenharia na UnB e trabalhou na
Eletronorte, antes de se destacar no Itamaraty
Roberto Azevêdo: ingresso na carreira diplomática teve oposição da família |
Era
abril de 1982 quando um jovem Roberto Azêvedo, engenheiro elétrico
recém-formado pela Universidade de Brasília (UnB), anunciou ao pai que
deixaria o emprego nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil
(Eletronorte) para se preparar para o concurso da carreira diplomática.
Quem observa o bem-sucedido histórico do brasileiro que foi escolhido
ontem para o principal posto da Organização Mundial do Comércio (OMC)
tem dificuldade de imaginar que, à época, a família encarou a decisão
como uma irresponsabilidade, um risco para quem havia acabado de se
casar e já tinha uma renda garantida. Nem bem um ano depois, em 1983,
Azevêdo ingressava no corpo de servidores do Ministério das Relações
Exteriores.
A carreira de Azevêdo evoluiu rapidamente até se tornar representante do Brasil na OMC em 2008. Foi escolhido para o cargo pelo então ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, atual titular da pasta da Defesa, o grande mentor de sua carreira. Azevêdo já havia trabalhado em Genebra sob as ordens diretas de Amorim, a partir de 1997, como responsável pelos contenciosos do Brasil na OMC. Participou da rodada de Doha desde o seu lançamento, em 2001, o que lhe deu larga vantagem na disputa para o cargo de diretor-geral da OMC. A candidatura de Azevêdo, no ano passado, surgiu por sugestão de muitos dos representantes de países-membros.