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Comércio informal volta às calçadas


Apesar de todo o trabalho do governo em criar shoppings populares, o comércio irregular retornou às ruas do Distrito Federal. Os camelôs recolhem as mercadorias antes que os agentes da Agefis cheguem ao local.

Francisco de Assis, 62, proprietário de uma banca na Rodoviária do Plano Piloto, reclamou da concorrência desleal, já que os camelôs vendem os mesmos produtos que ele, porém mais baratos. “Pago aqui quase R$ 800 de taxas, mas tem dias que não vendo nada”, ressaltou. O comerciante afirmou, no entanto, que entende a situação dos ambulantes e torce para que o governo dê uma solução efetiva para o problema. “Construíram aquele Shopping Popular onde não passa ninguém, sem clientes. O que adianta?”, questionou.

O presidente da Associação Comercial do DF (ACDF), Cleber Pires, devende "uma política pública para tirar essas pessoas da irregularidade. Não acredito em solução a curto prazo, mas se não houver reforma tributária e mudança nas alíquotas, nada vai acontecer”. Atualmente, o DF tem mais de 100 mil comerciantes irregulares.

Para o especialista em Administração Pública da UnB José Matias-Pereira, o Shopping Popular foi erguido num local afastado, "sem clientes e que gerou uma insatisfação”, avaliou. O docente apontou ainda que faltam políticas de qualificação e inserção no mercado de trabalho para pessoas de baixa renda, o que gera aumento no número de vendedores irregulares nas ruas. Ainda de acordo com Matias-Pereira, é preciso que o governo crie oportunidades para os ambulantes, buscando soluções concretas, em espaços frequentados e não afastados dos clientes.

No centro de Ceilândia, os ambulantes se instalaram no centro comercial da cidade, próximos às lojas de eletrodomésticos e roupas. Segundo funcionários das lojas locais, a ação dos vendedores informais é diária, começando logo pela manhã.

Ivanildo, 37, gerente de uma loja popular de roupas, revelou que compreende a situação dos camelôs. O problema, apontou, é realmente a brutal diferença dos preços, que acaba tirando a clientela dos comércios regulares.

Em Taguatinga, a área de atuação dos ambulantes é próxima à Feira dos Goianos.

No Setor Comercial Sul, área central de Brasília, os ambulantes tomam conta do espaço em frente ao Shopping Pátio Brasil, e se estendem ao longo da descida até o Setor de Autarquias. Entre os produtos, perfumes, joias, celulares, relógios, roupas íntimas e marmitas.

Segundo o GDF, “as ações de combate ao comércio irregular ocorrem em conjunto entre a Seops, a Agefis e a Polícia Militar, numa média de quatro dias por semana em todo o DF”.

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