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Economia avança, mas ritmo pode desacelerar no terceiro trimestre, avalia CNC

PIB cresceu 1,0% no primeiro trimestre, segundo o IBGE, puxado por serviços; para a Confederação, números devem começar a refletir os efeitos da elevação dos juros pelo Banco Central




Os efeitos retardados da política monetária devem afetar a sustentabilidade do ritmo da atividade econômica brasileira, segundo a projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a análise da entidade, levando em consideração o Produto Interno Bruto (PIB) divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa é que a economia desacelere, especialmente, a partir do terceiro trimestre de 2022, quando a disponibilização de recursos extraordinários para o consumo tende a ser menor.

Os números do IBGE apontaram um crescimento de 1,0% do PIB no primeiro trimestre de 2022, em comparação aos três meses anteriores, já descontados os efeitos sazonais. Esse foi o terceiro avanço consecutivo da atividade econômica e o sexto verificado nos últimos sete trimestres, que acumularam um crescimento 1,6% superior ao do registrado no período anterior ao início da pandemia de covid-19. Contudo, nos dois primeiros trimestres de 2020, a economia brasileira havia acumulado encolhimento de 11,0%. Em um ano, o PIB brasileiro totalizou R$ 8,89 trilhões, o que, segundo a análise da CNC, revela lentidão do processo regenerativo da economia brasileira.

O presidente da entidade, José Roberto Tadros, identifica uma possível mudança de cenário. "Sem dúvida, parte da capacidade de recuperação do setor terciário e, consequentemente, da própria economia explica-se pelo efeito circulação. Contudo, esse fenômeno já está se exaurindo", observa. Um exemplo é o fato de que o nível de isolamento social no primeiro trimestre se situava 2,6% acima do nível basal correspondente às quatro semanas que antecederam o anúncio da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Serviços surpreendem

O economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, avalia que o ritmo de expansão dos serviços tem surpreendido positivamente nos últimos meses. Segundo os indicadores conjunturais do IBGE, no fim de março, o volume de prestação de serviços se encontrava 7,2% acima do observado no período pré-pandemia, seguido pelo comércio (+2,6%). Sob a ótica da produção, o setor avançou 1,0% ante o último trimestre de 2020.

Por outro lado, a indústria cresceu apenas 0,1% e a agropecuária apresentou queda de 0,9%. O comércio mostrou recuperação, avançando 1,6% após três trimestres de queda. Transportes, armazenagem e correios (+2,1%), serviços em geral (+2,2%) e serviços de utilidade pública (+6,6%) viabilizaram o avanço da economia brasileira no início do corrente ano. Pelo lado da demanda, as exportações (+5,0%), impulsionadas pela retomada do ritmo da economia global, e o consumo das famílias (+0,7%) estimularam o avanço do PIB no período.

Bentes ressalta que, no entanto, o comportamento da inflação e dos juros não pode estar dissociado do comportamento recente do nível de atividade. "Adicionalmente, a tendência é de maior contaminação na variação dos preços de serviços, especialmente, considerando-se o nível de difusão presente no IPCA ao longo de 2022", observa. Diante do cenário, a CNC projeta avanço de 1,4% no PIB deste ano, destacando-se os setores de comércio (+2,3%) e serviços (+3,2%). Pelo lado da demanda, o consumo das famílias tende a avançar 2,5%.

Confira a análise completa da Divisão de Economia e Inovação da CNC
Edilayne Martins

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