Fadiga, dor de cabeça e visão turva, especialista explica os efeitos de ignorar os óculos
Muitas pessoas que dependem de óculos para enxergar melhor acabam, em algum momento, deixando o acessório de lado. Seja por vaidade, esquecimento ou até desconforto, o hábito de não usar as lentes corretivas pode trazer consequências para a saúde visual, isso ocorre especialmente em crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento.
Embora não exista comprovação de que parar de usar os óculos aumente o grau da visão, o esforço constante para enxergar sem a correção adequada pode desencadear uma série de sintomas incômodos.
“É importante esclarecer que o grau não sobe só porque a pessoa deixou de usar os óculos. No entanto, a visão sem correção exige mais esforço dos olhos, o que pode provocar dores de cabeça, cansaço visual e até piorar a qualidade de vida do paciente”, explica o oftalmologista Dr. Antonio Sardinha do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC).
Em pessoas com miopia, hipermetropia ou astigmatismo, os óculos ajudam a manter o foco correto da imagem na retina, evitando que o cérebro precise “compensar” a distorção. De acordo com o especialista, isso é ainda mais delicado em idades precoces.
“Durante a infância e adolescência, o sistema visual ainda está em formação. Se a criança tem grau e não faz o uso adequado dos óculos, pode ter o desenvolvimento da visão comprometido. Isso pode afetar o rendimento escolar, a coordenação e até gerar problemas de autoestima”, afirma o médico.
Já entre adultos, o uso irregular dos óculos não altera diretamente o grau, mas pode levar à chamada astenopia, conhecida como fadiga ocular. Os sintomas incluem visão turva, dor nos olhos, sensação de peso nas pálpebras e dificuldade de concentração.
Além dos desconfortos físicos, o especialista alerta para os riscos associados à baixa acuidade visual. “É comum o paciente achar que consegue se virar sem os óculos, mas isso pode representar um perigo, especialmente ao dirigir, atravessar a rua ou operar máquinas”, observa o oftalmologista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC).
Para quem deseja abandonar de vez os óculos, o oftalmologista reforça que existem alternativas seguras, como lentes de contato e cirurgia refrativa — mas elas devem ser avaliadas caso a caso.
“O mais importante é não abrir mão da correção visual por conta própria, e qualquer mudança deve ser acompanhada por um profissional. Usar os óculos não é frescura, é um cuidado essencial com a saúde dos olhos”, finaliza.