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Pix parcelado chega em setembro e promete mudar a forma de pagamento no Brasil

 Raimundo Nonato, presidente da ABRADEB, alerta para riscos e cuidados necessários antes de aderir à novidade



A partir de setembro, o Banco Central vai liberar oficialmente o Pix parcelado para todo o país, trazendo uma nova modalidade de pagamento que une agilidade e possibilidade de parcelamento. Na prática, o consumidor poderá dividir compras via Pix, enquanto o vendedor recebe o valor total de forma imediata. A operação funciona de forma semelhante ao cartão de crédito, mas sem depender do limite pré-aprovado, já que o parcelamento é oferecido diretamente por bancos ou fintechs.

Para Raimundo Nonato, presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Clientes e Consumidores de Operações Financeiras e Bancárias (ABRADEB), a novidade pode ser útil, mas exige atenção. “O Pix parcelado é, na essência, uma operação de crédito. Isso significa que podem existir juros, cobrança de IOF e, em caso de atraso, taxas ainda mais altas. Por isso, o consumidor precisa avaliar se realmente precisa parcelar antes de optar por essa modalidade”, orienta.

A principal vantagem para o lojista é a segurança no recebimento. Assim que a compra é realizada, o valor é creditado integralmente via Pix, sem risco de inadimplência, já que a cobrança fica a cargo da instituição financeira. 

Para o consumidor, o atrativo é a flexibilidade, com a possibilidade de escolher datas de pagamento e não depender do limite do cartão. No entanto, como reforça Nonato, “essa flexibilidade pode se transformar em um problema se não houver planejamento, pois o atraso gera encargos e pode levar à negativação do nome e redução do score de crédito”.

Outro ponto importante é que cada parcela do Pix parcelado será debitada de forma individual, e não em uma fatura única, como acontece no cartão. Caso o consumidor não tenha saldo na conta na data da cobrança, o banco poderá utilizar o limite de crédito para cobrir o valor, o que caracteriza a operação como um empréstimo. “É fundamental que as instituições sejam claras na comunicação das taxas e prazos, garantindo transparência e evitando cobranças abusivas”, defende o presidente da ABRADEB.

Embora a ferramenta traga inovação e conveniência, especialistas alertam que o Pix parcelado pode ampliar o risco de endividamento no país se não for acompanhado de educação financeira e regulamentação rigorosa. 

Nonato reforça: “O crédito, quando bem utilizado, pode ajudar. Mas quando usado sem critério, pode se tornar uma armadilha difícil de sair”. A recomendação é simples: compare condições, leia atentamente os termos e, acima de tudo, planeje antes de contratar.


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