O Futuro é Agora: Mais Produtividade e Sustentabilidade

 

 

A democratização da gestão pecuária é mais do que uma conveniência; é uma necessidade estratégica para o futuro do agronegócio. Produtores com acesso a dados concretos podem tomar decisões mais acertadas, otimizando o uso de recursos, melhorando o manejo do rebanho e, consequentemente, aumentando a produtividade e a rentabilidade. Isso não beneficia apenas o produtor individual, mas também fortalece toda a cadeia produtiva, impulsionando a competitividade e a sustentabilidade do setor.

 

A Inteligência Artificial (IA), com sua abordagem inovadora e acessível, demonstra que a tecnologia não precisa ser um privilégio de poucos. Ela quando é aplicada com inteligência e empatia, pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão e crescimento. É a revolução do uso da Inteligência Artificial, finalmente, chegando ao campo. E o resultado será um agronegócio mais forte, mais inteligente e mais justo para todos.

 

Além de tornar a coleta de dados intuitiva, a grande sacada está na interação com a Inteligência Artificial mais ‘especializada’. Ela explica o significado dos indicadores e realiza análises como em uma conversando com um especialista. É possível solicitar a avaliação dos dados da fazenda de forma simples, tornando acessível o que antes exigia cálculos e interpretações complexos.

 

A gestão na pecuária com mais inteligência está se tornando um fato cada vez mais comum nas pastagens e currais. Essa democratização de dados pode trazer um modelo transformador para o campo. Mas é preciso ter interesse, curiosidade, coragem e perseverança, que impulsionam a busca por conhecimento e a superação de limites.

 

Alguns artigos científicos concluíram que um pecuarista que usa IA para monitoramento da saúde e nutrição pode reduzir em até 20% o uso de antibióticos, aumentar o ganho de peso diário e ainda manter a pastagem mais saudável, sem sobrecarga. Isso resulta em mais lucro, menos impacto ambiental e melhor reputação no mercado.

 

O site da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) destaca que o monitoramento de saúde animal com sensores e IA pode identificar doenças antes dos sintomas clínicos, reduzindo o uso excessivo de antibióticos.

 

Já estudos da revista Nature Sustainability, de 2019, mostram que dietas otimizadas por IA (alimentação de precisão) melhoram a eficiência alimentar e o ganho de peso médio diário dos bovinos, como constataram sistemas de alimentação automatizada usados em confinamentos nos EUA e Europa.

 

No Brasil, a Embrapa em suas pesquisas tem monitorado e desenvolvido, por exemplo, sistemas de manejo sustentável com IA, como o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com uso de sensores e drones. E o resultado foi muito entusiasmante em razão da maior produtividade por hectare, com menor impacto ambiental. Há ainda casos práticos que unem IA e Big Data para ajudar pecuaristas a monitorar indicadores zootécnicos, sanitários e reprodutivos. Os resultados relatados dão conta que melhoram a taxa de prenhez, ganho de peso e rastreabilidade.

 

Segundo a reportagem Futuro da agricultura: como a IA vai movimentar R$ 23,6 bilhões em 2028, de autoria de Ganes Kesari, da revista Forbes, a Inteligência Artificial no mercado agrícola deverá crescer de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,52 bilhões) em 2023 para US$ 4,7 bilhões (R$ 23,57 bilhões) até 2028.

 

Há três questões importantes, de acordo com aquela publicação, que a agricultura enfrenta hoje para avançar, mas a IA já está ajudando a enfrentá-las usando exemplos do mundo real. De modo geral, os três principais desafios que os agricultores encaram neste momento, em virtude principalmente da presença global e impacto financeiro, são as pragas e doenças, qualidade do solo e irrigação, e ervas daninhas. Portanto, nunca foi tão importante usar INTELIGÊNCIA no campo.

 

 

 

*Oberdan Pandolfi Ermita é economista pela Universidade Federal do Espírito Santo, produtor rural e dirigente cooperativista. Possui MBA em Gestão Financeira de Cooperativas de Crédito pela Fundação Getúlio Vargas e é doutorando em Economia Aplicada pela Universidade de Madrid. Atuou como professor de graduação e pós-graduação, e também foi consultor em projetos econômicos. Atualmente é presidente do Conselho de Administração na Sicoob Credip. É um dos precursores da IABOI ( https://iaboi.com.br/ ), tecnologia de IA por WhatsAPP para a pecuária bovina.


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