Escola Sigma reforça importância da escuta ativa e do acolhimento contínuo como forma de enfrentamento à violência escolar
Mais de 50% dos estudantes do ensino médio do Distrito Federal afirmaram já ter sido vítimas de bullying. O dado é resultado da pesquisa “Bullying no ambiente escolar do Distrito Federal: percepções e implicações práticas”, que investigou como se manifestam situações de violência ligadas ao preconceito e à discriminação nas escolas, incluindo LGBTI+fobia, racismo, misoginia e capacitismo.
A investigação, que ouviu alunos, professores, gestores e conselheiros tutelares, surgiu a partir de episódios recentes de violência e busca auxiliar na formulação de políticas públicas eficazes de combate ao problema.
A pedagoga do Colégio Sigma, Camilla Martins, explica que o bullying é um tipo de agressão recorrente, praticado por um ou mais indivíduos contra seus pares, podendo ocorrer de forma física, psicológica, verbal ou virtual. Segundo ela, no ambiente escolar, as agressões verbais e ameaças são as queixas mais comuns, mas há um crescimento constante dos casos de cyberbullying, que têm forte impacto nas relações entre os estudantes.
"Costumamos identificar os casos após uma suspeita levantada por colegas, pelo próprio aluno ou pela família. A partir disso, fazemos uma averiguação para confirmar se a situação se enquadra como bullying", detalha a pedagoga. Para ela, esse processo é essencial para que a escola adote medidas efetivas de enfrentamento.
Ela também ressalta que professores e familiares devem ficar atentos a sinais como mudanças de comportamento, isolamento, irritabilidade e até marcas físicas no corpo dos estudantes. Segundo Camilla, essas alterações podem indicar que algo está errado e merecem uma conversa atenta.
Quando o caso é confirmado, o Sigma realiza ações educativas e convoca as famílias envolvidas para orientações e aplicação das sanções previstas no regimento escolar. “Acreditamos fortemente que apenas punir não resolve. Por isso, acompanhamos todos os envolvidos para garantir uma mudança real de comportamento e a retomada da vida escolar com segurança”, afirma a pedagoga.
O apoio emocional às vítimas é prioridade, podendo incluir adaptações na rotina escolar para evitar prejuízos acadêmicos. Já os agressores também recebem orientação e acompanhamento. Camilla observa que é preciso entender as causas do comportamento agressivo para atuar de forma mais eficaz e envolver as famílias nesse processo. Ela conclui que o enfrentamento ao bullying exige um esforço coletivo e contínuo: “Todos os envolvidos precisam ser ouvidos, acolhidos e acompanhados, só assim podemos promover uma mudança duradoura”, conclui.